Quatro dias em Barcelona


Foram somente quatro dias, mas foi o suficiente para ficar apaixonado pela cidade. Há monumentos belissimos e avenidas longas e largas. Vidas diurna e noturna intensas. lojas para todos os gostos e carteiras.

Logo de cara fiquei impressionado com o fato de ver num sábado, de noite, avenidas lotadas de gente em busca de produtos no saldo. Era um mar de gente. Nunca vi nada igual. As mercadorias com preço mais em conta são vendidas em lojas um pouco mais distantes das ramblas e ruas principais. Mas se a pessoa se importa com coisas de marca famosa (o que não é o meu caso) vai morrer nas principais ruas do centro pagando algo correspondente ao que se paga nas lojas exploradoras dos shoppings do Rio de Janeiro e São Paulo.

Para quem quer comer bem e barato, deve fugir dos restaurantes com seus cartazes escritos em inglês e com distribuidores ambulantes de propaganda falando em inglês. A dica é procurar lugares com gente falando catalão. Nestes lugares vai achar coisa boa com certeza.

O meu roteiro gastronômico começou com uma visita à Cerveceria Catalana, próxima da Plazza della Catalunya, onde fiquei hospedado. O lugar era uma loucura. Um festival de tapas e de cerveja de deixar qualquer um maluco e duro. A coisa chata foi o fato de ter que esperar quase meia hora por uma mesa. Os preços eram bons.



De noite fui parar no Ciutat Comtal, uma cervejaria de primeira, que funciona a noite toda. As tapas também são de primeira. O lugar é frequentado por gente de bom gosto de todos tipos e idades.

Outro bom lugar para comer as tapas foi o Euskal Etxea, perto do Museu Picasso. Lá todas as tapas têm o mesmo preço e vêm espetadas no palitinho. No final do evento, o garçom conta quantos palitos vc deixou no prato, te pergunta quantas tulipas de chope tomou e está pronta a conta. Um paraíso. No som ambiente rolava simplesmente Mike Oldfield!



Mas, o melhor lugar que encontramos para mandar ver na comida catalã foi o Mercat de La Boqueria. Uma espécie de "Cobal" de lá onde tem de tudo. São várias barracas que vendem verduras, peixes, frutas etc. Tudo de altíssima qualidade. Mas, dentro do lugar temos também os vários quiosques e restaurantes de comida típica da região da Catalúnia. Ficamos no Quimet della Boqueria. Um pequeno lugar santo frequentado pelos ninjas nativos que se amontoam disputando o espaço e a atenção do garçom. Uma boa pedida é a paella de frutos do mar e o pulpo alla galega.

Como não poderia deixar de ser, fui garimpar Cds e DVDs na carrer dels Tallers, onde a loja Revolver Records se destaca e te abastece de coisa boa e barata. Dá pra pegar Cds do Triana, Asfalto, Maquina por 7 ou 8 euros. os DVD em geral não ultrapassam 20 euros. Uma diferença brutal em relação aquilo que se vê nas lojas do Rio de Janeiro que exploram seus clientes vendendo ate três vezes mais caro. Para quem ainda vive a fase do vinil, o lugar é uma perdição. Há um estoque monumental. Mas os preços são salgados.